É um embrião humano mas foi criado em laboratório, sem recorrer a óvulos ou a espermatozoides: pela primeira vez os cientistas conseguiram produzir um embrião artificial inteiramente a partir de células estaminais. Este avanço científico representa uma “mudança de paradigma” e “desbrava caminho para uma série de benefícios terapêuticos” — mas também pode abrir uma “caixa de pandora”, avisam os especialistas em bioética ouvidos pelo Expresso.
Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, conseguiu criar um modelo de embrião que se assemelha a um embrião humano nas primeiras fases de desenvolvimento. Uma das vantagens, desde logo, é que vai permitir “perceber mais sobre a fase inicial do desenvolvimento humano, que ainda é um bocadinho desconhecida”, aponta Miguel Ricou, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.