Foi em março de 2022 que o cometa C/2022 E3 (ZTF), com aproximadamente um quilómetro de diâmetro, voltou a dar um ar da sua graça, desde que foi avistado pela última vez há 50 mil anos. Trata-se, portanto, de um fenómeno raro que poderá ser visto no céu, sobretudo após a órbita extremamente alongada desta bola de gelo e poeira atingir o seu periélio, o ponto de maior aproximação ao Sol, esta quinta-feira. Depois disso, a 2 de fevereiro, será o momento em que passará mais perto da Terra, a 42 milhões de quilómetros de distância, 11 ou 12 vezes mais longe do que a Lua.
“É desde logo curioso termos a oportunidade de ver um cometa que, pela análise da sua órbita, passou pela última vez há cerca de 50 mil anos. O mundo era bastante diferente e provavelmente ninguém saberia o que estava a ver. O ser humano estava quase a sair das cavernas e os neandertais ainda por cá andavam”, começa por dizer, ao Expresso, o astrónomo Nuno Peixinho.