Ciência

Energia de fusão: cientistas na Califórnia fazem experiência bem sucedida, EUA anunciam “grande avanço científico” na terça-feira

Energia de fusão nuclear está a ser estudada desde os 1950 como uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, mas ainda sem resultados práticos. Dados da experiência bem sucedida do Lawrence Livermore National Laboratory ainda estão a ser analisados, mas indicadores são promissores, diz o Financial Times

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Um grupo de cientistas no Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, alcançaram um avanço significativo na investigação da energia de fusão, uma forma de gerar energia limpa e ilimitada que está a ser estudada desde os anos 1950.

A informação está a ser avançada pelo Financial Times, que cita três fontes com conhecimento dos resultados preliminares de uma experiência feita no laboratório norte-americano há duas semanas.

Essa experiência parece ter sido bem sucedida: segundo as fontes, foi a primeira vez na história que os investigadores conseguiram gerar mais energia do que aquela que é consumida durante o processo de fusão – um patamar denominado “net energy gain”, ou ganho de energia líquido.

Os resultados da experiência ainda estão a ser analisados, mas fonte oficial do Lawrence Livermore confirmou os bons indicadores: “O diagnóstico inicial sugere que se tratou de mais uma experiência bem sucedida. No entanto, o retorno exacto [da experiência] ainda está a ser avaliado e não podemos confirmar que ultrapassou o patamar [da net energy gain] neste momento”, afirmou a instituição norte-americana.

Ao mesmo tempo, o departamento de energia dos EUA deu esta nota: a secretária de Estado da Energia, Jennifer Granholm, e a secretária adjunta com a pasta da segurança nuclear, vão anunciar um “grande avanço científico" no laboratório californiano já na próxima terça-feira.

Com o mundo a viver uma crise energética, vários governos têm reforçado o investimento em formas de energia limpas e que possam ser uma alternativa aos combustíveis fósseis. Recentemente, a Casa Branca atribuiu subsídios no valor de 370 mil milhões de dólares para financiar a investigação de novas formas de energia limpa.

“Se isto se confirmar, estamos a testemunhar um momento histórico”, resumiu em declarações ao FT Arthur Turrell, um físico especializado em plasma que escreveu o livro “The Star Builders”, detalhando a investigação feita nas últimas décadas para alcançar a energia de fusão.