Primeiro, deixa de haver alcatrão e, uns quilómetros mais à frente, até a gravilha poeirenta acaba. Resta terra seca, coberta de ervas, entulho e lixo. É lá, bem depois do fim da estrada, onde dificilmente chegam carros, num morro com vista para o Tejo, que se erguem, entre postes de alta tensão, dezenas de barracas feitas de chapa e contraplacado.
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Há 27 bairros de barracas na Grande Lisboa: "Trabalho, sou segurança, mas tive de construir uma casa ilegal para dar um teto à família"
Primeiro conseguiam alugar uma casa. Depois só um quarto. Por fim, nem isso. Apesar de trabalharem, a subida das rendas empurrou-os para a rua, onde construíram uma barraca. E assim estão a nascer bairros inteiros, de tijolo ou de lata, onde vivem três mil famílias nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa