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Evalina dormiu na rua para ter um carimbo e agora teme perder o emprego; no Porto, o bairro ajudou os imigrantes com comida e teto

São sobretudo angolanos e nepaleses. Centenas de imigrantes esperam em longas filas para serem atendidos nos serviços consulares, e passam várias noite na rua para não perderem a vez. Em Lisboa já houve quem “alugasse” o bebé para dar prioridade a outros. No Porto, lojistas e moradores organizam-se para oferecer cadeiras, água, comida e até teto para pernoitar

Centenas de imigrantes esperam dias a fio para serem atendidos pelos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa
Tiago Miranda

Três dias na fila, menos de cinco minutos no interior da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (DGACCP), em Lisboa. Cátia saiu de lá com um sorriso, mas ainda incrédula com o rápido desfecho, depois de tantas horas ao relento. “Imprimiram um papel em que confirmam que o registo criminal é verdadeiro, carimbaram, agrafaram ao registo e foi só. E não se podia fazer isto noutro local? Numa loja do cidadão, por exemplo, que há no país todo?”