Dois dias de entrevistas de trabalho levaram mais de mil enfermeiros a juntarem-se em fila no Goethe-Institut, no centro de Lisboa, em setembro de 2012. O país estava mergulhado numa crise e os que saíam da faculdade à procura de trabalho só encontravam portas fechadas. As que se abriam eram para deixar pessoas sair. Mas já então o hospital cardíaco de Munique, na Alemanha, procurava enfermeiros. Nessa altura, puseram anúncios nos jornais portugueses e viram aparecer na fila muito mais gente do que imaginavam. Ruben foi um deles: 23 anos, recém-licenciado, sem esperança de ser chamado depois da entrevista. Oito meses mais tarde, começou a trabalhar em Munique e 12 anos depois ainda lá está.
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Rendas baixas, salários altos e 39 dias de férias: há 60 portugueses neste hospital de Munique e muitos já não vão voltar
Desde 2012 que o Hospital cardíaco de Munique, na Alemanha, recruta em Portugal. Sobretudo enfermeiros, os portugueses representam 10% dos trabalhadores. Em abril chegam mais 21. Últimos dados provisórios sobre emigração voltam a apontar para 70 mil saídas em 2023