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Sociedade

Ser ilhéu na Terceira de Vitorino Nemésio

Guiados por Vitorino Nemésio, corsário das palavras, descobrimos a Terceira em animada festa redonda

Turismo dos Açores

“Sou ilhéu, e, tanto ou mais do que a ilha, o ilhéu define-se por um rodeio de mar por todos os lados. Vivemos de peixe, da hora da maré e a ver navios…”, reflete Vitorino Nemésio, em “Corsário das Ilhas”, sobre a Terceira, que o viu nascer a 19 de dezembro de 1901 — dia de São Nemésio. Apesar de ter passado em Lisboa a maior parte da vida, nunca se libertou da imensidão de mar, homem e escrita fortemente marcados pela infância ligada à humanidade, à simplicidade dos lugares e das gentes insulares. Tentou explicar o que sentia cunhando o termo “açorianidade” pela primeira vez num texto de 1932: “Meio milénio de existência sobre tufos vulcânicos, por baixo de nuvens que são asas e de bicharocos que são nuvens…” Atravessamos a geografia sentimental de um dos grandes autores portugueses do século XX, regressando aos primeiros anos do escritor de “Mau Tempo no Canal”, “Festa Redonda”, “Corsário das Ilhas”, “Paço do Milhafre” ou “Sapateia Açoriana”, cuja obra abarcou poesia, prosa, ensaio e também jornalismo.