Sociedade

APAV regista aumento de crimes contra menores, três em cada 10 são crimes sexuais

A maioria das denúncias recebidas pela APAV chega de vítimas do sexo feminino, com idades entre os 11 e 14 anos

Lourdes Balduque

Em 2023, a Associação de Apoio à Vítima (APAV) recebeu, em média, oito pedidos diários de ajuda por parte de crianças e jovens vítimas de crimes. Em 2022 a APAV recebeu e apoiou 2595 contactos, número que aumentou 18,2% em 2023, para 3066 pedidos de ajuda, quer presenciais, quer por telefone ou online.

No total, chegaram ao conhecimento da associação nos últimos dois anos 10.271 crimes e outras formas de violência contra crianças e jovens

A maioria (62,6%) são crimes de violência doméstica, mas 30,3% dos pedidos de ajuda dizem respeito a crimes sexuais, na maioria comedidos por familiares. O bullying surge como a terceira causa de denúncia e pedido de auxílio.

No relatório hoje divulgado, a APAV traça igualmente o perfil da vítima: a maioria mulheres (60,7%), na faixa etária entre os 11 e 14 anos (31,5%), de nacionalidade portuguesa (80,1%) e a maior parte reside no distrito de Faro (26,8%).

Quanto ao perfil do autor da violência sobre crianças e jovens, a maioria é homem (60,1%), pertence à faixa etária 36-45 anos (11,5%) e a vítima é seu/sua filho/a (35,7%).

Ainda assim, a APAV acredita que a diferença entre as denúncias recebidas e a quantidade real de crimes e abusos cometidos é superior, destaca que muitas vítimas já viveram situações de violência antes, mas acredita que que existe hoje uma “maior sensibilização” da parte dos jovens que denunciam agressores.

A associação destaca que entre 2022 e 2023 realizou 1.887 iniciativas de formação para a prevenção e sensibilização da violência contra os mais jovens, que contaram com mais de 40.000 participantes.

A Linha de Apoio à Vítima funciona de segunda a sexta-feira, entre as 8h00 e as 23h00, através do numero 116 006.