Sociedade

Queixas contra motoristas TVDE dispararam em 2024, mas também eles se queixam das operadoras

A cobrança indevida por viagens não realizadas é a principal ocorrência. Bloqueios de contas, valores excessivos cobrados, condução perigosa e comportamento incorreto dos motoristas também são alvos de reclamação. Uber lidera como plataforma que recebeu mais denúncias

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Entre janeiro e abril — e contabilizando ainda as primeiras semanas de maio —, segundo dados do Portal da Queixa, registaram-se 511 reclamações contra operadores de TVDE em Portugal. É um aumento de 50% face ao mesmo período de 2023.

No que às plataformas diz respeito, quem lidera é a Uber (62% das queixas naquele portal), seguida da Bolt (38%).

O motivo mais apontado nas reclamações dos utilizadores, quase metade (43.9%), é a cobrança indevida por viagens não realizadas. Em seguida aparece, com 12%, o “bloqueio/ativação de conta”, ou seja, utilizadores com problemas no funcionamento das aplicações, figurando em terceiro lugar (8.6%) o valor excessivo (e superior ao previsto) cobrado nas viagens, nomeadamente devido a erros nos trajetos.

Entre o rol de queixas, surgem também a condução perigosa dos motoristas (5.3% das ocorrências) e, até, a não comparência do motorista no local de recolha (5.3%). Há igualmente referência (4.4%) a comportamento incorretos dos motoristas.

No entanto, se os motoristas recebem queixas, também eles denunciam as plataformas onde trabalham. E aqui o número de reclamações (de profissionais) disparou 53% nos primeiros quatro meses do ano.

A liderar a lista de denúncias contra Uber e Bolt está, primeiro, a aprovação de documentos (29.2%) e, de seguida, o bloqueio/ativação de conta (25%). Reportam-se igualmente problemas com o pagamento do serviço prestado (25%) e falta de apoio ao motorista (12.5% das ocorrências).

Esta quinta-feira, em Lisboa, Coimbra, Porto, Faro e Leiria, os motoristas de TVDE voltaram a reunir-se num protesto, reivindicando melhores condições de trabalho e a redução da comissão das plataformas de 25 para 15%.