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Sociedade

Mais de duas mil pessoas dependentes de droga e álcool esperam por tratamento

Só 15% das unidades de tratamento à dependência dão resposta no tempo recomendado. Demora
para primeira consulta chega aos seis meses

Ricardo Carolo, de 41 anos, aguarda há três meses uma resposta para começar o tratamento

David Quintal, de 50 anos, já tentou vá­rias vezes deixar a cocaí­na, que consome desde a adolescência, mas acaba sempre por recair. Quase seis meses depois de ter pedido ajuda para entrar em tratamento, continua à espera de vaga na única unidade pública de desabituação de álcool e drogas que existe em toda a região de Lisboa e que funciona no Centro Integrado das Taipas. “É muito complicado deixar o crack. Sozinho nunca vou conseguir”, admite. Ricardo Carolo, de 41 anos, também desespera por ajuda. Fragilizado por uma pneumonia grave, a dormir na rua e a consumir diariamente heroína e cocaína, chegou ao “limite” das forças. Sabe que não lhe resta muito mais tempo se não mudar de vida. Mas o pedido que fez há três meses para tratar a dependência continua sem resposta e nem sequer tem previsão de quando virá a ser chamado.