Foram precisos 19 meses, a queda do Governo e a véspera da aprovação do Orçamento do Estado para 2024 para os sindicatos médicos conseguirem não um, mas metade de um acordo com o Ministério da Saúde. A divisão começou entre os dirigentes, com apenas um a assinar, e terminou no valor a atribuir: cerca de 15% de valorização-base em janeiro e outros 15% a reclamar junto do Executivo que vier a seguir. E isto só para cerca de metade dos clínicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Até decisão do Governo em contrário, os 15% intercalados só vão ser pagos aos funcionários públicos e aos filiados ao Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que assinou o acordo. Os restantes, cerca de 15 mil dos 30 mil clínicos na rede, não serão incluídos automaticamente porque têm contratos individuais, não são sindicalizados no SIM ou estão afetos à Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Estão neste grupo sobretudo médicos hospitalares que, para já, recebem um aumento de 3%.