Sociedade

Papa agradece aos portugueses pela JMJ e recorda Lisboa: “os pastéis são muito bons”

O Papa agradeceu a todos os que contribuíram para fazer a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Francisco recebeu uma comitiva portuguesa, chamou Américo Aguiar de ‘enfant terrible’ e recordou os sabores portugueses: “os pastéis são muito bons”

Simone Risoluti/Vatican Media

O Papa Francisco agradeceu esta quinta-feira a todos os que contribuíram para fazer da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, realizada na capital portuguesa em agosto, “um núcleo de evangelização forte, de alegria e de expressão juvenil”.

Centenas de pessoas, entre voluntários, parceiros empresariais e responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ, entre as quais uma comitiva portuguesa, participaram esta manhã, no Vaticano, numa audiência com o Papa Francisco, que, citado pela agência Ecclesia, assegurou: “trouxe do encontro de Lisboa uma emoção muito grande e lembro, também, as pessoas simples”.

Na audiência participaram os cardeais Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa) e Américo Aguiar (presidente da Fundação JMJ 2023 e bispo de Setúbal), bem como os bispos Rui Valério (patriarca de Lisboa) e Joaquim Mendes (auxiliar do Patriarcado).

Aos participantes, Francisco disse ter ainda consigo o rosário que lhe foi oferecido por Maria da Conceição Mendonça, de 106 anos, nascida no dia das aparições de Fátima, em 13 de maio de 1917, recordou o encontro com Edna Rodrigues, jovem com uma doença terminal, e evocou os filhos de uma peregrina francesa que morreu durante a Jornada de Lisboa.

Referindo-se a Américo Aguiar como “um cardeal especial, um pouco ‘enfant terrible’”, o Papa homenageou ainda o trabalho dos que contribuíram para o sucesso da JMJ. Um agradecimento especial para os portugueses, “pessoas simples”, para quem falou em espanhol.

Francisco reservou ainda um momento para lembrar a doçaria nacional. “Também me lembro dos pastéis, que são muito bons”, disse, segundo a Renascença, numa declaração que terá feito rir os presentes.

Devido aos problemas de saúde do Papa, discurso teve de ser lido por padre português

Francisco tinha um texto preparado para ler na audiência, que, devido aos problemas de saúde que o têm afetado nos últimos dias, foi lido por monsenhor Ferreira da Costa, padre português que trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano.

“Que alegria ver-vos aqui juntos! Começo por vos renovar a minha gratidão e a da Igreja inteira, concretamente dos jovens! Foi-vos confiada a realização daquele encontro mundial, e vós, fortes com o auxílio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes. Bem hajam!”, refere o documento.

A JMJ conseguiu “trazer para o centro quem até agora tinha vivido marginalizado”, convidando a manter o compromisso neste “grande sonho comum”, acrescenta.

“Continuai a sonhar juntos. Continuai a envolver, em ondas sucessivas, novos companheiros sonhadores de uma sociedade feita por todos e no respeito de cada um. Vou repetindo e fico contente ao ver que muitos já me fazem eco: todos, todos, todos”, apelou, apontando como prioridade “trazer de volta e sentar à mesa comum quem ficou para trás”.

O encontro desta quinta-feira com o Papa Francisco, segundo a organização da JMJ Lisboa 2023, visou “agradecer esta magnífica oportunidade de juntar culturas e povos na vontade de construir um mundo de paz, de fraternidade e de esperança”, que foi a Jornada.

A JMJ Lisboa 2023 decorreu em Lisboa entre 1 e 6 de agosto, com a participação de centenas de milhares de jovens de todo o mundo, tendo os momentos principais sido presididos pelo Papa Francisco. A próxima edição será realizada em Seul, na Coreia da Sul, em 2027.