Sem efeitos vinculativos, as promessas feitas pelos signatários do Acordo de Paris, assinado em 2015, não passaram disso mesmo: promessas. Em vez de adotarem medidas para cortar para metade as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) até 2030, os principais países emissores continuam a aumentá-las, tornando quase impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C ou no máximo a 2 °C, como pretendido.
Ao invés, o termómetro global caminha para uma subida de 3 °C, podendo ser de 2,5 °C ou de 2,9 °C se forem executadas as contribuições nacionais voluntárias (incondicionais e condicionais) assumidas por 149 países até agora e efetivados os compromissos de “emissões líquidas zero” até 2050. Desta realidade dá conta o novo relatório da ONU sobre o Fosso de Emissões em 2023: Recordes quebrados – “Emissions Gap Report 2023: Broken Record Temperatures hit new highs, yet world fails to cut emissions (again)” – divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), esta segunda-feira. Este fosso é calculado com base na realidade atual face aos cortes projetados.