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Crise climática: apesar dos alertas, as emissões de CO2 continuam a subir e o mundo caminha para um aquecimento global de 3°C

O alerta é da ONU no que se prevê ser o ano mais quente de sempre. Com a “humanidade a bater todos os recordes errados no que diz respeito às alterações climáticas”, nas palavras da diretora do PNUA, Inger Andersen, ao apresentar o novo “Emissions Gap Report 2023”, é urgente os países adotarem medidas mais ambiciosas. O tempo e o espaço para o fazerem é a próxima conferência do clima (COP28), que começa dentro de 10 dias no Dubai. As emissões deviam cair para metade até 2030, mas subiram 1,2% entre 2021 e 2022

Lukas Schulze

Sem efeitos vinculativos, as promessas feitas pelos signatários do Acordo de Paris, assinado em 2015, não passaram disso mesmo: promessas. Em vez de adotarem medidas para cortar para metade as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) até 2030, os principais países emissores continuam a aumentá-las, tornando quase impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C ou no máximo a 2 °C, como pretendido.

Ao invés, o termómetro global caminha para uma subida de 3 °C, podendo ser de 2,5 °C ou de 2,9 °C se forem executadas as contribuições nacionais voluntárias (incondicionais e condicionais) assumidas por 149 países até agora e efetivados os compromissos de “emissões líquidas zero” até 2050. Desta realidade dá conta o novo relatório da ONU sobre o Fosso de Emissões em 2023: Recordes quebrados – “Emissions Gap Report 2023: Broken Record Temperatures hit new highs, yet world fails to cut emissions (again)” – divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), esta segunda-feira. Este fosso é calculado com base na realidade atual face aos cortes projetados.