Em entrevista ao Expresso por ocasião da sua participação, na passada quinta-feira, no workshop “Saúde Mental e Trabalho: do diagnóstico à ação”, o terceiro de uma série promovida pelo Nova Health Economics and Management Knowledge Center da NovaSbe, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública, Christopher Prinz, analista sénior da OCDE, onde lida com as questões do emprego, trabalho e assuntos sociais, descreveu que progressos têm sido feitos nos diferentes países da OCDE no que diz respeito à implementação de políticas de saúde mental nos locais de trabalho. Em 2016, a OCDE publicou uma recomendação sobre este assunto a que todos os Estados-membros aderiram, mas os desenvolvimentos "têm sido bastante limitados", incluindo em Portugal, diz o analista, que foi responsável pelo documento. Mais do que regulamentação, que até já existe em vários países, "é necessário aplicar as medidas", nomeadamente as que dizem respeito ao regresso ao mercado de trabalho de pessoas que estão de baixa médica. "A investigação mostra que perder totalmente o contacto com o emprego tem um impacto negativo na recuperação da doença."
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“Pergunto-me por que pessoas com bom nível de educação, como eu, têm de ganhar três vezes mais do que trabalhadores efetivamente essenciais”
Christopher Prinz, analista sénior da OCDE, onde lida com as questões do emprego, trabalho e assuntos sociais, diz que os locais de trabalho dos países que integram a organização económica continuam longe de serem saudáveis para os trabalhadores. “Os progressos têm sido bastantes limitados” e os riscos são crescentes, nomeadamente com a utilização cada vez maior de tecnologias como a Inteligência Artificial. Também é necessário valorizar os empregos em função do seu valor na sociedade e aumentar os salários desses trabalhadores