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“Queremos sair daqui a saber que conseguimos parar este crime”: ativistas bloqueiam entrada do terminal de gás de Sines

Cerca de 100 ativistas e apoiantes da plataforma Parar O Gás bloquearam as duas principais entradas terrestres do terminal de Gás Natural Liquefeito do Porto de Sines. Querem “eletricidade 100% renovável e acessível até 2025” e o “fim da exploração do gás natural” — reportagem na “maior ação de desobediência pelo clima em Portugal”

“Estamos? Estamos”. Pelas oito da manhã as dezenas de ativistas pelo clima reunidos em Sete Rios começam a entrar nos autocarros rumo a Sines. Na bagageira colocam megafones, faixas e cartazes que vão empunhar até ao Terminal de GNL de Sines — a principal porta de entrada de gás em Portugal. “São professores?", pergunta uma senhora curiosa que passa. “Não, somos várias pessoas, diferentes”, tenta responder Catarina Viegas, uma das porta-vozes da plataforma Parar O Gás.

A esmagadora maioria são jovens e todos madrugaram para estar ali, mas o sono não lhes tira a energia. Com canetas pretas, começam a escrever nos braços números de telefone, para o caso de serem detidos mais tarde, na ação de resistência. Alguns colocam também espuma à volta dos pulsos, braçadeiras plásticas e mosquetões. Para quê? A resposta é óbvia: “para o bloqueio”.