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SEF e PJ investigam mais de 30 casos de trabalho escravo nas estufas de Odemira

Autoridades têm em mãos diversos tipos de inquéritos relacionados com o auxílio à imigração ilegal e tráfico de pessoas naquela região, estando particularmente preocupadas com os casos de falta de pagamento aos imigrantes pelo trabalho realizado nas estufas. Os novos alojamentos temporários podem também ser alvo das máfias locais

Uma das zonas do país com uma maior concentração de imigrantes é o Alentejo. Trabalham em estufas de frutos vermelhos, mas muitos vivem sem condições dignas e cuidados de saúde adequados
Luís Barra

Há dois anos, o país ficou a conhecer as condições precárias em que vivem os imigrantes indostânicos na costa vicentina, em plena pandemia, tendo o Governo decretado a cerca sanitária às freguesias de Longueira/Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência da covid-19, sobretudo entre trabalhadores imigrantes das explorações agrícolas.

Depois da pandemia, pouco parece ter mudado na vida destes trabalhadores itinerantes. E numa altura em que a realidade das redes de trabalho escravo de que são alvo estes imigrantes é cada vez mais visível, o Expresso apurou que só naquela região do Alentejo há mais de trinta investigações policiais a decorrer neste momento.