A demora dos procedimentos, a passagem por campos de refugiados ou a fuga dos países de origem: tudo isto são factores de risco para potenciar a degradação da saúde mental. “O que aconteceu é inédito nas consequências, mas todas as organizações que participam no acolhimento de refugiados já tiveram situações em que as pessoas tiveram picos de stress”, aponta André Costa Jorge. Sem querer “desculpabilizar ou menosprezar o que aconteceu”, o coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e diretor-geral do Serviço Jesuíta ao Refugiado (JRS), vinca a necessidade das pessoas serem sinalizadas e terem o acompanhamento psicológico adequado ao longo de todo o processo de integração. “Tivemos alguns casos de tentativa de suicídio, de intenções, de verbalizações das tentativas. As pessoas verbalizam o sofrimento e é normal que aconteça. Não é totalmente surpreendente que as pessoas se manifestem e se queixem.”
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Situações de stress, ansiedade, exigências e expectativas que não correspondem à realidade: todos estes são cenários que os técnicos que trabalham no acolhimento e integração de refugiados encontram. “O que aconteceu [em Lisboa] é inédito nas consequências, mas todas as organizações já tiveram situações em que os refugiados tiveram picos de stress. Não é totalmente surpreendente que manifestem”, aponta André Costa Jorge, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados e diretor-geral do Serviço Jesuíta ao Refugiado