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“Não vale a pena dourar a pílula, mas hélas, o que já está, já está”: Manuel Pinho assume fuga ao fisco no caso EDP

Defesa do ex-ministro da Economia aponta o dedo aos procuradores por terem dado à luz “um pastelão” feito “à trouxe-mouxe”. Manuel Pinho assume ter fugido ao Fisco mas nega qualquer ato de corrupção e sacou de um trunfo: uma carta de Salgado. Juíza já aceitou o Requerimento de Abertura de Instrução, entregue depois do prazo dado pelo juiz Carlos Alexandre

Ricardo Nascimento/Stills

O Requerimento de Abertura de Instrução de Manuel Pinho começa com um ato de contrição. O ex-ministro da Economia assume que “cometeu, ao longo de vários anos, crimes de fraude fiscal, tendo “embarcado” num esquema global dentro do GES, em que os pagamentos de parte das remunerações e de prémios eram feitos “por fora”, inclusive para offshores, do que está profundamente arrependido” Para o principal arguido do caso EDP, “não vale a pena dourar a pílula”: Isto é, “não o devia ter feito” e “tem consciência da gravidade da sua conduta, penitenciando-se por ter feito parte dessa engrenagem, ainda por cima tendo posteriormente aceitado pertencer a um Governo da República, o que agrava a sua conduta”. No entanto, “hélas, o que já está, já está”.