Exclusivo

Sociedade

Jornada Mundial da Juventude: secretas atentas às redes sociais para controlar extremistas, fim do SEF pode ser “suicídio político”

Fim do SEF antes da visita do Papa pode ser “suicídio político”, alerta especialista em segurança

Tiago Miranda

A reposição de fronteiras costuma ser a regra quando se rea­lizam eventos como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai juntar mais de um milhão de pessoas de todo o mundo para receber o Papa Francisco em agosto, em Lisboa. Mas ainda não está decidido, até porque será preciso coordenar a decisão com o Executivo de Espanha, apurou o Expresso junto de fonte governamental. Para já, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) faz parte dos organismos envolvidos na preparação do aparelho de segurança da JMJ, coordenado ao nível estratégico pelo Sistema de Segurança Interna (SSI). Mas se o Governo cumprir o objetivo de extinguir o SEF até março, o controlo das fronteiras com o afluxo massivo de participantes será feito pela PSP e pela GNR. “Politicamente, era um suicídio caso acontecesse algo no evento, tendo o SEF sido extinto meses antes”, avisa Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna, em declarações ao Expresso.

É expectável que a responsabilidade da fronteira aérea seja entregue à PSP e a terrestre e a marítima à GNR. “Ainda não sabemos se isso vai mesmo acontecer e, confesso, estou reticente”, diz Hugo Costeira. “Vão arranjar forma de continuar com o SEF mais uns meses”, antevê o especialista, porque, na sua opinião, “nem a PSP nem a GNR têm pessoas ou experiência suficientes para estas funções até à realização da JMJ, nem vão alcançar a experiência suficiente nos próximos anos”.