Já passavam e muito das duas da manhã quando ela chegou à casa e o abraço que tardou desde que pedira para que a fossem buscar às imediações de Tomar, onde passava uns dias de alegria e descanso, ficou imediatamente sujo, assim que nos agarrámos uma à outra. Sujo com o cheiro do fumo que ela trazia no cabelo. Cheiro a fogo e a medo. Cheiro a Pedrógão.
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Crónica: a cicatriz de Pedrógão, onde ainda lá estamos todos. Nós e os mortos
O país não saiu de 2017. Nem o Governo nem a população viraram a curva de EN 236-1. Todos ainda estamos marcados pelo trauma daquele fogo que insiste em continuar a arder dentro de cada um de nós