Um novo capítulo em defesa da saúde dos oceanos deu passos nos últimos cinco dias na capital portuguesa. E, como esperado, a segunda Conferência dos Oceanos da ONU, aprovou a Declaração de Lisboa (já negociada previamente) e sem grandes sobressaltos.
Entre os seus 17 pontos, a Declaração assume a urgência de salvar os oceanos, a ligação estreita entre estes e as alterações climáticas, e a necessidade de “aumentar a ação, baseada na ciência e na inovação, e encontrar soluções e parcerias para as pôr em prática”.
Mas esta foi, também, uma conferência que agregou bilateral e multilateralmente mais de dois mil compromissos entre entidades privadas, públicas, filantrópicas, assim como de organizações governamentais e não governamentais.
Dez mil milhões de euros para salvar o oceano
Pelo menos “10 mil milhões de euros em investimentos” foram prometidos – €7 mil milhões pela União Europeia, €250 milhões pelo Banco Europeu de Investimentos, e €1100 milhões pela Austrália – segundo um primeiro balanço anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, durante a conferência de imprensa final. Provêm de entidades públicas e privadas e visam apostar na chamada Economia Azul Sustentável, incluindo tanto investimentos para salvar a grande barreira de coral australiana, como para recuperar sapais e pradarias marinhas em várias partes do mundo ou, por exemplo, melhorar a resiliência climática e a gestão da água na região das Caraíbas, assim como para investimentos em energias renováveis offshore ou em aquicultura nos oceanos. Talvez seja o início do fim de se olhar para o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS14) como o menos financiado de todos até agora.