Sociedade

Conferência dos Oceanos. Tiago Pitta e Cunha destaca a “muito positiva mobilização da sociedade civil”

O administrador executivo da Fundação Oceano Azul e Prémio Pessoa 2021 aplaude, em declarações ao Expresso, “a liderança portuguesa na organização” da Conferência dos Oceanos, o anúncio feito pelo ministro do Ambiente da prioridade dada à criação da área marinha protegida do Recife do Algarve e a clarificação do Presidente francês quanto à “mineração submarina”

Tiago Miranda

O Expresso pediu ao Prémio Pessoa Tiago Pitta e Cunha, que se dedica há mais de duas décadas à causa do mar, para destacar três pontos positivos da Conferência dos Oceanos. O evento internacional contou com a cedência do espaço do anfiteatro do Oceanário de Lisboa para vários encontros laterais.

O administrador executivo da Fundação Oceano Azul começa por sublinhar “a mobilização de tantos participantes em particular de organizações da sociedade civil” o que, em seu entender, revela que “os países devem estar à altura das suas sociedades civis e devem tomar as decisões que estão identificadas como adoptar um robusto tratado de proteção do alto mar”.

A segunda nota positiva de Pitta e Cunha vai para o que descreve como “muito positiva liderança portuguesa com a organização desta conferência e a mobilização de uma parte do governo português durante as reuniões”. Mas sobretudo destaca o anúncio do Ministro Ambiente, Duarte Cordeiro, de que o Governo “vai dar prioridade à classificação da área marinha protegida (AMP) do Recife do Algarve”.

Estando a Fundação Oceano Azul empenhada na criação de várias das AMP em águas marinhas nacionais, para que Portugal cumpra a meta de ter 30% do seu mar protegido até 2030, o advogado que se dedica aos oceanos também sublinha o anúncio do Presidente do Governo Regional Açores de que em 2023 terá concluído a proteção de 30% do mar do arquipélago, assim como a adoção pelo Governo Regional da Madeira da criação da maior área marinha protegida com proteção total, do Atlântico Norte, nas ilhas Selvagens. E lembra que “Portugal não tem um grande currículo na conservação do oceano nas últimas décadas e estes anúncios mostram que estamos a mudar a página”.

A terceira saudação de Pitta e Cunha vai para o anúncio feito pelo Presidente Macron na Fundação Oceano Azul, num diálogo em que participou a bióloga marinha Sylvia Earle, que “clarifica”, diz, “a posição da França relativamente à mineração submarina ao privilegiar a ação da ciência para que se saiba mais sobre as profundezas do oceano antes de iniciar qualquer ação de exploração mineira”, que o administrador da FOA classifica de “perigosa para o ambiente marinho”.