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Sociedade

Ordem dos Psicólogos: “Não há combate à pobreza sem promoção da saúde mental dos mais vulneráveis"

O dirigente da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Tiago Pereira, explica de que forma a nova campanha e site “Ponto Final à Pobreza”, que acabam de lançar, irá recolher contributos da psicologia e da ciência para combater o crescimento da pobreza em Portugal

José Fernandes

A pandemia provocou um aumento da pobreza em Portugal, com mais 400 mil pessoas abaixo do limitar da pobreza, e um agravar das desigualdades. De que forma a campanha que a Ordem dos Psicólogos está a lançar - "(Ponto) Final à Pobreza" pode ajudar a contrariar esta realidade?

Efetivamente a pandemia que vivemos interrompeu um processo de melhoria dos indicadores relativos à pobreza e à pobreza extrema em Portugal e, globalmente, no Mundo. Mas, à pandemia, sucedeu-se a Guerra que hoje se vive com a invasão pela Federação Russa da Ucrânia e os desafios que esta situação acarreta, também nos domínios, por exemplo, da alimentação e segurança alimentar da população e da pobreza. Neste sentido, estamos hoje confrontados com um enorme desafio associado aos níveis de pobreza da população e à sua reprodução entre gerações, desafio que tudo impacta, mas que se expressa, particularmente, nos domínios da saúde, como na saúde psicológica, e do bem-estar das populações e que se encontra intimamente ligado também com fenómenos como a exclusão social e desigualdade. Enquanto profissão, devemo-nos associar a este desígnio e procurar contribuir para a estratégia nacional de combate à pobreza em curso em Portugal.