Junho trouxe os primeiros grandes fogos do ano e o primeiro teste ao planeamento, com um incêndio que já leva 5 dias de atividade.
Num dia em que as temperaturas subiram aos 38ºC, a capacidade de resposta foi posta à prova em Castelo Branco, num incêndio que começou na terça-feira e que teve um reacendimento na sexta-feira, apesar de decorreram operações de vigilância. Para o local convergiram 105 bombeiros, apoiados por 26 veículos e sete meios aéreos, que dominaram as chamas ao início da noite.
Para este sábado foi montado “um dispositivo robusto de vigilância e rescaldo”, disse ao Expresso Elísio Pereira, responsável do Centro Nacional de Operações de Socorro, da Proteção Civil. O comandante assegurou “que todos os corpos de bombeiros do distrito estão em alerta máximo”, num dia que se prevê “difícil, com temperaturas elevadas e trovoadas secas no interior”. Os bombeiros vão ainda proceder a operações de rescaldo, para manter dominado o perímetro do fogo. Neste distrito há ainda um outro incêndio em fase de conclusão.
Só esta sexta-feira foram registados 61 incêndios, tendo ardido 29 hectares de mato e floresta, numa estimativa provisória, revela o indicador de fogos florestais, do Instituto de Conservação e Natureza.
O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses considera que há “músculo”, desde que o “número de ignições não ultrapasse a capacidade que o país tem”. António Nunes lembra que “a supressão é o terceiro pilar, a montante está a prevenção e o planeamento”.
Está tudo previsto na Diretiva de combate aos fogos florestais, mas falta logística: locais para repouso dos bombeiros, duches e pontos de alimentação. Que não estão planeados.
“Os primeiros dias mostraram que funciona, mas o planeamento é mau”, crítica o presidente da Liga de Bombeiros Portugueses. “As questões logísticas não foram acauteladas e deveriam ter sido”, lamenta Nunes.