A espinha dorsal da vida tal como a conhecemos é composta por quatro bases nitrogenadas: guanina, adenina, citosina e timina. Estes são os blocos fundamentais para obter a estrutura molecular do ADN (ácido desoxirribonucleico) de toda a biodiversidade existente na Terra. Se a timina for substituída por uracila, então estão reunidos os ingredientes presentes no ARN (ácido ribonucleico). Os cientistas já tinham descoberto, em amostras de meteoritos que colidiram com o nosso planeta, três destas nucleobases: guanina, adenina e uracila. Recentemente, uma equipa de investigadores encontrou as duas peças que faltavam para completar o puzzle: a citosina e a timina. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica “Nature Communications”.
Exclusivo
Bases de ADN em meteoritos “podem acelerar o tempo da eclosão da vida” no universo, mas “os tijolos por si só não fazem uma casa”
“As moléculas para construir a unidade básica da vida (a célula) estavam presentes em meteoritos e foram entregues em vários planetas”, explica a astrobióloga Zita Martins ao Expresso. O astrofísico Pedro Mota Machado defende que "estas bases de ADN já estruturadas à priori podem, pelo menos, aumentar as probabilidades de vida noutros cantos do universo”