Acaba por ser um exercício de equilibrismo. Dânia Rodrigues ajeita a bebé de poucos meses nos braços, aproximando-a do seu peito, de modo a conseguir escrever no caderno. São gestos que irá fazer mais vezes, a cada paragem da caravana que está a percorrer a pé e de comboio uma parte do território português para alertar para a crise climática. “Estou sempre assim: a amamentar de um lado e a escrever do outro.”
Depois de vários anos a viajar pelo mundo, Dânia Rodrigues, 35 anos, e o namorado, Simon Guercio, 33 anos e nascido em Itália, decidiram fixar-se no Algarve. Era lá que estavam quando souberam que um grupo de ativistas e organizações de defesa do clima se preparavam para caminhar 400 quilómetros, parando em várias localidades da zona centro do país. A descoberta foi feita em boa hora.