Desde o início do ano até outubro, foram reportados, através da plataforma Notifica da Direção-Geral da Saúde (DGS), 752 episódios de agressão em instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ou seja, segundo os dados fornecidos ao jornal "Inevitável" pela DGS, já se registaram mais 27 episódios de violência face ao mesmo período de 2020.
Quanto ao tipo de agressão, a mais comum (63%) é a violência psicológica - nesta categoria incluem-se os insultos e as ameaças. A agressão física foi verificada em 127 casos, o que corresponde a 17% do total. Os enfermeiros foram o grupo profissional que mais foi agredido (32% do total), seguindo-se os médicos (31%) e os assistentes técnicos (30%).
“Não houve melhoria nenhuma. As pessoas são o que são, um dia batem palmas à janela, no outro dia estão a bater nos enfermeiros porque não são atendidas como acham que deviam ser. O foco são os enfermeiros quando devia ser o Governo, que não tem estratégia”, diz a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco. “As pessoas só aprendem se houver castigo”, defende.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, critica a falta de implementação de medidas. “A pandemia trouxe nesse aspeto uma maior tranquilidade, mas foi nos momentos críticos. Agora, até pelo elevado número de doentes não covid-19 que viram os seus tratamentos adiados, verifica-se o regresso de maior animosidade”, frisa.