É talvez a décima vez que Tyler Brûlé vem a Lisboa, sempre em trabalho e nunca de férias. Nascido no Canadá, o jornalista, fundador e diretor da “Monocle”, de 52 anos, vive atualmente em Zurique. Trabalhou na BBC e escreveu para diferentes jornais, incluindo o “Guardian”, até ter sido alvejado, em 1994, em Cabul, numa reportagem para a revista alemã “Focus”, perdendo parcialmente o uso da mão esquerda. Fundou uma primeira revista, a “Wallpaper”, em 1996, que vendeu um ano mais tarde, e em 2006 lançou a “Monocle”, que continua a ser publicada em papel e está fora das redes sociais. Durante a curta passagem por Lisboa esta semana explicou o que distingue Portugal e o que ambiciona para o futuro da revista.
O que o traz agora a Lisboa?
Viemos fazer o primeiro lançamento de um novo livro (“The Monocle Book of Entrepreneurs”), mas também andamos a ver oportunidades para expandir a nossa presença jornalística. Já há muito tempo que falamos de Lisboa como local para ter uma secção para África ou como trampolim para a América Latina, sobretudo Brasil. A situação tem vindo a mudar ultimamente, e nem é por causa da pandemia, mas por causa do ‘Brexit’, devido à migração de talento. Isso força-nos a reconsiderar onde é que queremos estar baseados.