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As surpresas e as não surpresas na erupção do vulcão Cubre Vieja e ainda algumas palavras de tranquilidade para a Madeira e os Açores

Especialistas analisam para o Expresso o que se está a passar na ilha de La Palma, nas Canárias, e que efeitos são esperados em território português

Cerca de 100 casas foram afetadas pela erupção
BORJA SUAREZ

A erupção vulcânica no Cubre Vieja, que ocorreu este domingo pelas 15h, não surpreendeu os especialistas. O vulcão estava a ser monitorizado, encontrando-se em alerta amarelo devido ao risco de erupção. Segundo José Pacheco, os especialistas e autoridades locais “estavam conscientes e a preparar-se para o evento”, tendo sido realizadas recentemente “sessões de esclarecimento junto da população” para informar sobre o processo de evacuação.

“Não era exatamente com um calendário marcado, mas era esperada. Este vulcão já se vinha a preparar para uma erupção há algum tempo. Houve dez crises sísmicas precedentes a esta erupção, com início em 2017, que foram em crescendo. Este ano o vulcão já tinha produzido três crises sísmicas significativas”, explica o diretor do IVAR (Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos da Universidade dos Açores).

De acordo com o investigador, “a sismicidade começou a cerca de 20 a 30 quilómetros de profundidade e foi sendo cada vez mais superficial e frequente”. “Os dados apontavam para uma reativação do sistema. Não foi uma surpresa. O dia e a hora é que são sempre uma surpresa.”