Helena Fazenda, secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), afirmou à RTP esta quinta-feira que as autoridades estão a avaliar o risco de segurança que correm os ativistas cujos dados foram partilhados pelos serviços da Câmara de Lisboa com embaixadas de países que não respeitam os direitos humanos. "No que se refere à avaliação da ameaça a esses cidadãos em consequência da partilha de dados a uma embaixada, está-se a fazer um exercício conjunto para que seja avaliado o grau de ameaça a cada um desses cidadãos", afirmou.
"Essa avaliação está a ser feita neste momento. O serviço [do SSI] pede ao SIS a avaliação do grau de ameaça relativamente a essas pessoas. E o SIS conta com a informação que recebe das forças de segurança e das suas próprias fontes", explica.
Helena Fazenda não tem no entanto uma previsão para quando essa avaliação seja concluída e lembra que os ativistas terão ainda de ser ouvidos.
A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna acrescenta que esta partilha de dados pessoais da câmara com embaixadas "não deveria ter acontecido". Porque a partilha de dados pessoais "é algo inviolável".
Há uma semana, Fernando Medina, presidente da autarquia lisboeta, havia anunciado, na sequência da apresentação das conclusões da auditoria interna feita pela câmara ao envio de comunicações e dados pessoais para as embaixadas, que "seguindo proposta da Amnistia Internacional foi solicitado à secretária geral do Sistema de Segurança Interna a realização de uma avaliação de segurança, assim o pretendam, a todos os cidadãos, cujos dados foram envidados a embaixadas estrangeiras. A Câmara Municipal de Lisboa contactará individualmente com cada cidadão, prestando o apoio necessário à realização desta avaliação".