Como em muitas outras coisas, fazer dinheiro a partir do velho negócio de arrendar casas mudou muito nos últimos anos. Embora a financeirização do mercado residencial, isto é, a transformação das casas em ativos financeiros — em que são encaradas como se fossem títulos, ações ou outras aplicações financeiras — não seja um tema novo, a realidade tem evoluído muito depressa. Os preços dos apartamentos que são hoje praticados nas grandes cidades são o reflexo de uma dinâmica que não tende a arrefecer, apesar das quebras no crescimento económico depois de 2008 — e mesmo com a pandemia da Covid-19.
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Cities for Rent. Quem são os grandes senhorios de Lisboa e de outras cidades europeias?
Há empresas e fundos de investimento, como a Akelius e a Blackstone, que estão a tomar conta do mercado residencial nas cidades europeias. O investimento em apartamentos para arrendar cresceu 700% na última década. Mas isso não foi uma boa notícia para os inquilinos. Os preços das rendas têm subido mais do que o rendimento das famílias e multiplicam-se os casos de despejo. Em Lisboa, onde o fenómeno ainda é pequeno, a ausência de dados sobre o universo do arrendamento é grande