A partir de Viseu estalou uma polémica sobre preservação de património que está já a ter repercussões nacionais. Em causa está uma intervenção arquitectónica no Mercado 2 de Maio feita à revelia e em contradição com o trabalho de recuperação e restauro feito nos anos de 1990 por Álvaro Siza e António Madureira. O atual executivo camarário pretende proceder a uma cobertura total do mercado, o que suscitou uma Carta Aberta dinamizada por um movimento de cidadãos das áreas de Arquitetura, História da Arte, Gestão do Património e Programação /Ação Cultural, indignados com o que consideram ser “um grave e inadmissível atentado patrimonial e urbanístico”.
Os subscritores consideram ser “um dever de cidadania denunciar – e não admitir – que mais de 4 milhões de euros do erário público sejam gastos numa obra profundamente atentatória do património da cidade”. Entre os signatários estão Eduardo Souto de Moura, Simoneta Luz Afonso, Dalila Rodrigues, Vítor Serrão, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Aires Mateus, Maria José Goulão ou Pedro Santos Guerreiro. O Expresso dirigiu na tarde de ontem um conjunto de questões sobre este tema à presidência da Câmara Municipal de Viseu, mas não obteve ainda qualquer resposta.
Esta tarde, Álvaro Siza Veira aceitou pronunciar-se sobre o tema em exclusivo para o Expresso.