Sociedade

Enfermeira responsável e diretor clínico do hospital da Cruz Vermelha Portuguesa demitem-se

Saídas acontecem após irregularidades na administração das vacinas pandémicas. Conselho de administração da unidade convocou reunião ao final da tarde desta quarta-feira

O diretor clínico, Manuel Pedro Magalhães, e a enfermeira diretora, Maria João Costa, do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) , em Lisboa, abandonaram os cargos na sequência de suspeitas de administração irregular da vacina contra a covid-19. Em causa estará o desrespeito dos critérios de priorização para inocular os profissionais da unidade e que terá sido detetado pelo presidente da Comissão Executiva da unidade e responsável pela task force para a estratégia nacional de vacinação contra a pandemia, Francisco Ramos, que na terça-feira já tinha pedido a demissão.

O Expresso apurou que Francisco Ramos terá dado instruções à enfermeira diretora e ao diretor clínico para organizarem a lista de elementos do hospital a inocular mas não terão sido respeitados os critérios de priorização definidos em Portugal. Entre as suspeitas apuradas estão, por exemplo, a administração de doses a médicos que não exercem funções na unidade há muito tempo, alguns há cerca de um ano.

O cirurgião cardiotorácico Manuel Pedro Magalhães foi presidente do hospital até 2018. Não foi reconduzido no cargo quando o antigo diretor-geral da saúde Francisco George foi nomeado presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. O cirurgião foi então substituído por Marta Temido, que deixou o lugar para assumir a liderança do Ministério da Saúde.

A 14 de dezembro de 2020, a CVP vendeu as ações da sociedade gestora à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que elegeu um novo conselho de administração para o hospital, tendo o provedor da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, como presidente e Francisco Ramos na liderança da Comissão Executiva.