Zambrius, nome pelo qual é conhecido o hacker português de 19 anos que foi preso este sábado na sua casa na Ericeira, onde se encontrava em prisão domiciliária, numa operação conjunta entre a Polícia Judiciária e a Polícia Federal brasileira, afirmou que poderia tornar público na Internet uma enorme quantidade de dados sigilosos do Governo brasileiro.
A ameaça foi feita no dia anterior à sua detenção a um repórter do "Estado de São Paulo", que tem falado nos últimos dias com o jovem pirata informático.
Recorde-se que Zambrius revelou ter sido o autor do ciberataque ao sistema informático do Tribunal Superior Eleitoral, no último dia 15, durante a primeira volta das eleições municipais do Brasil. E em Portugal, suspeita-se que o grupo que lidera, o CyberTeam, tenha estado por detrás de diversos ataques cibernéticos, entre eles à Altice e à Direção-Geral do Orçamento, do Ministério das Finanças.
No Brasil, o grupo também reivindica a autoria do ataque aos sistemas informáticos do Ministério da Saúde e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. E às 13h12 da última sexta-feira, o hacker revelou ao "Estado de São Paulo" um suposto plano de invasão ao principal tribunal de segunda instância do Brasil: “Dentro de algumas horas vamos realizar um 'vazamento' em massa de dados institucionais do governo do Brasil. Os nossos hackers ‘controlam’ a maioria dos sites do governo do Brasil”, escreveu.
A mensagem partiu do mesmo endereço pelo qual o hacker tem conversado com o jornal. O e-mail tem imagens anexadas do que seriam evidências de acesso aos servidores de computadores de tribunais regionais do trabalho brasileiros.
O CyberTeam assume que faz 'hacktivismo' contra governos, sem sem contrapartidas monetárias. Entre os seus alvos também estão sites de pequenas empresas.
O "Estado de São Paulo" revelou ainda que desde 2017, o CyberTeam atacou pelo menos 140 sites brasileiros. E este ano, houve 61 páginas atacadas.
Enquanto em Portugal, Zambrius era detido pela PJ, no Brasil três hackers da mesma equipa foram alvo de mandados de busca e apreensão, além de ficarem proibidos de manter contacto entre si.