Um movimento de pessoas que são contra o uso de máscara como medida de prevenção contra a covid-19 está a ganhar corpo em várias paragens, sobretudo na Alemanha, no Reino Unido "e, mais timidamente, em França" - segundo avança o canal francês BFM TV esta terça-feira.
O movimento antimáscara está a tornar-se cada vez mais visível nas ruas de Berlim ou de cidades do Reino Unido. Nos Estados Unidos, os contestatários colocam a tónica no facto de esta medida ser "atentatória". Segundo o canal televisivo, "estes movimentos antimáscaras, mesmo minoritários, muitas vezes vindos da extrema direita, constituem-se como oposição às políticas de saúde públicas de combate à epidemia do coronavirus".
LÍDERES DOS COLETES AMARELOS DÃO A CARA EM FRANÇA CONTRA A MÁSCARA
No caso de França, este movimento está a verificar-se "de forma mais tímida" e sobretudo nas redes sociais, com algumas figuras conhecidas do movimento dos coletes amarelos a dar a cara, como Maxime Nicolle, que partilhou um video em que ele próprio aparece não usando máscara em locais onde esta seria obrigatória.
"Estas atitudes antimáscara nascem frequentemente de teorias da conspiração", sendo habitual ver nas redes sociais expressões como "genocídio planetário" ou "por acaso veio depois das manifestações dos coletes amarelos", lembra ainda a BFM TV.
"O movimento antimáscara nasceu com o despertar do movimento anticonfinamento, e é obra de pessoas que desafiam a autoridade em geral", considera Rudy Reichstadt, fundador do Observatório do Conspiracionismo, citado pelo canal francês.
O uso de máscara foi apresentado no início da pandemia como "inútil" pelas próprias autoridades, passando em 20 de julho a ser obrigatório em França em espaços públicos fechados e, mais recentemente, até em algumas zonas exteriores.
"O movimento contra a obrigação da utilização de máscara também nasceu destas hesitações" das autoridades de saúde, frisa a BFM TV, lembrando que os grupos antimáscara no Facebook já reunem vários milhares de pessoas. "Nós somos identificados como conspiracionistas, pessoas de extrema-direita, anti-macronistas ou mesmo psicopatas", lamentou à Agence France-Presse Grégory Hazard, um dos membros de um dos grupos, rejeitando ter a etiqueta de "virulento" ou de "radical" só porque se opõe ao uso de máscara.