Sociedade

O meu quarto é mais caro que o teu? Há um novo site para estudantes que responde

Plataforma de alojamento estudantil indica preços por concelho e freguesia. Valores estão a cair, mas em Lisboa um quarto custa em média €350

tiago miranda

Chama-se Observatório do Alojamento Estudantil e é a primeira plataforma criada para ajudar os estudantes deslocados do ensino superior a orientarem-se na procura de habitação para arrendamento. O site, disponível a partir deste fim de semana, não apresenta os anúncios que existem, mas compila e analisa os preços praticados no mercado, indicando os valores médios, mínimos e máximos em cada concelho do país e freguesia.


O projeto surge por iniciativa do Ministério da Ciência e do Ensino Superior em parceria com a Alfredo Real Estate Analytics, uma startup de inteligência artificial e big data, criada há dois anos por quatro ex-alunos do Instituto Superior Técnico, das áreas da engenharia eletrotécnica, mecânica e civil.


“Eu próprio, quando comecei a procurar casa, deparei-me com uma dúvida que era saber se o que me estavam a pedir era muito ou pouco. Esta ferramenta permite essa comparação e garantir alguma transparência no mercado de habitação para estudantes”, resume Guilherme Farinha, um dos criadores da Alfredo.


A empresa congrega numa base diária os dados de 22 portais imobiliários e sites de agências do sector, recolhendo o conjunto de ofertas privadas, mas também de quartos em residências das universidades. Neste momento, segundo o levantamento do portal, existem perto de 14 mil quartos, distribuídos por 163 concelhos e 452 freguesias, a que se juntam mais de 15 mil camas de residências de estudantes públicas.

Quanto aos preços, Lisboa é naturalmente o concelho com oferta mais alta, com um preço médio por quarto de 350 euros. A oferta, a 1 de julho, totalizava 5456 quartos. Já no Porto, os 1798 disponíveis pediam uma renda média de 277 euros, enquanto em Braga se ficava pelos 223 euros.


Mas o que a análise desta empresa revela é que os valores têm estado a cair desde o início do ano, queda acentuada pelo início da pandemia. Em Lisboa e no Porto desceram cerca de 8% entre outubro do ano passado e 1 de julho.


Entrando no site, a pesquisa começa por ser feita por concelho e, se quiser, por freguesia. Através de um sistema de cores, consegue-se também ter a noção dos bairros onde os preços são mais ou menos elevados. O portal permite ainda ter acesso a um conjunto de dados demográficos como a evolução da população residente e do número de estudantes no concelho.