A Polícia Judiciária de Leiria suspeita que o homicídio de Valentina foi causado por “razões fúteis” ligadas a “questões familiares”. A discussão na última quarta-feira à tarde que ocorreu na casa do pai, Sandro Bernardo, e da madrasta, Márcia, na Atouguia da Baleia (Peniche), terminou mal, com a morte da criança de 9 anos. O Expresso sabe que o pai “não negou os crimes” aos inspetores e que a madrasta “confirmou algumas dos factos” avançados pela PJ durante o interrogatório.
A investigação tem fortes indícios de que houve por parte do autor do crime “alguma intenção de ser violento com a criança” mas parece afastar que se tenha tratado de um homicídio premeditado.
A autópsia irá fazer luz sobre como morreu a criança mas a PJ tem fortes indícios de que Valentina perdeu a vida numa das divisões da casa situada no Bairro do Capitão, provavelmente na casa de banho. O corpo foi depois transportado num Renault, que pertence a Sandro Bernardo, para a mata ao final do dia. Tudo com a cumplicidade da madrasta. O casal terá planeado em conjunto a melhor maneira de ocultar o cadáver, que ficou num eucaliptal na Serra d'el Rei, a poucos quilómetros da residência. “Valentina já terá saído cadáver de casa do pai”, avança uma fonte da PJ ao Expresso.
O corpo da menina foi encontrado quatro dias depois da sua morte, depois de uma operação que envolveu mais de 600 elementos ativos, numa área percorrida de quase 4 mil hectares, percorrida mais do que uma vez em alguns locais. A PJ contou com a ajuda da GNR, PSP, dos bombeiros, da Proteção Civil e até de escuteiros.
Os dois suspeitos foram detidos pelos indícios de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Esta terça-feira de manhã são ouvidos por um juiz de instrução no Tribunal de Leiria que vai determinar as medidas de coação a aplicar.