Há coisa de uma semana, cansado de notícias da pandemia, aterrei num canal do cabo que nunca visitara, o Globo. Dizem que é um dos mais vistos. Faz sentido. A programação consiste, tanto quanto pude perceber, na reposição de telenovelas antigas. Naquele dia passava um episódio de "O Clone" (creio que ainda estará em exibição). É uma novela de 2001, quando eu já não acompanhava telenovelas, embora a minha formação intelectual tivesse sido generosamente alimentada pelas tramas saídas da imaginação de Dias Gomes, Aguinaldo Silva ou Benedito Ruy Barbosa e entre os meus primeiros heróis se contassem personagens encarnadas por José Wilker ou Fábio Júnior, cantor romântico, ator sofrível e galã insuperável. E as paixões? Bruna Lombardi, Lídia Brondi, Maitê Proença, Patrícia Pillar, Adriana Esteves, Alessandra Negrini, Ana Paula Arósio, Giovanna Antonelli foram as minhas Ava Gardner, Rita Hayworth, Marilyn Monroe, com a vantagem de partilharmos o idioma.
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As telenovelas envelhecem mal
Uma crónica sobre o mundo tal como o desconhecemos, dos grandes temas da atualidade às questões insignificantes do quotidiano. Todas as quintas-feiras nos Exclusivos do Expresso