Desde segunda-feira que os médicos do Serviço Nacional de Saúde têm orientações para submeter à análise de deteção do novo coronavírus todos os doentes com suspeitas de infeção, isto é, com sintomas mesmo não tendo estado no estrangeiro ou próxima de alguém infetado. A norma entrou em vigor de imediato mas apenas 18 hospitais podem já cumprir a indicação.
Segundo responsáveis do laboratório nacional de referência, o Instituto Ricardo Jorge (INSA), são menos de 20 as unidades hospitalares com capacidade laboratorial para realizar os testes de despiste do novo coronavírus. A saber: São João e Santo António (Porto), Pedro Hispano (Matosinhos), Braga, Guimarães, Coimbra, Cova da Beira, Guarda, Curry Cabral, São José, Dona Estefânia, Egas Moniz e Santa Maria (Lisboa), Évora, Litoral Alentejano, Funchal (Madeira) e Ponta Delgada e Terceira (Açores). A par está também preparado o Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve e o próprio INSA.
Desde o início da semana, os serviços de Urgência dos hospitais na lista podem prescrever a análise quem tenha sintomas sugestivos da covid-19. O pedido do teste tem de ser feito por um médico e validado pelo chefe de equipa.
Na norma publicada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), na segunda-feira, constava ainda que os médicos daqueles hospitais ficavam dispensados de pedir a validação para a prescrição do teste aos colegas da Linha de Apoio ao Médico (LAM) - serviço que tem sofrido de grande lentidão na resposta, apesar do crescente número de profissionais que se têm oferecido para ajudar - promovendo assim uma atuação mais atempada.
Esta terça-feira, a mesma norma foi novamente publicada com uma alteração: é omissa a referência à LAM. Ou seja, fica por esclarecer se as equipas hospitalares têm ou não de telefonar para a linha de apoio a pedir a validação para realizarem o teste. O Expresso já pediu esclarecimentos à DGS.
Os números mais recentes dão conta de 448 casos confirmados, 3259 não confirmados e 323 a aguardar resultado laboratorial.