Sociedade

Prós e contras do Montijo

Depois da luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente estava tudo apostos para que o Montijo, apesar da contestação, fosse o próximo aeroporto português, mas a oposição da Câmara da Moita está a travar o processo. É que a lei exige o parecer favorável de todas as câmara municipais afetadas em caso de construção de um aeródromo, e o Governo, embora queira, vai ter dificuldades em mudar a lei

Expresso

RAPIDEZ

Considerado pelos críticos um apeadeiro, o aeroporto do Montijo teria a seu favor o facto de se prever uma construção célere. O Governo tem admitido que o arranque das obras para este ano.


CUSTO

É nos custos que assenta parte da argumentação a favor do Montijo. Está estimado um investimento de €1,15 mil milhões até 2028 nos aeroportos de Lisboa e Montijo; só a este estão destinados €520 milhões, mais €156 milhões para compensação da Força Aérea e melhoria das acessibilidades dos dois aeroportos.

OBRAS EM LISBOA

As obras de expansão da Portela, a cargo da ANA e há muito exigidas pelas companhias aéreas, têm sido adiadas. Muitos acreditam que a ANA só avançará em força com as obras em Lisboa se tiver a certeza de que o Montijo arranca e que Lisboa fica como o aeroporto internacional.

AMBIENTE

O Montijo é um aeroporto que se estende pelo estuário do Tejo, uma reserva natural que alberga 200 mil aves e está na rota de migração de mais 100 mil. Oito organizações de defesa do ambiente preparam ações judiciais e fizeram queixas em Bruxelas para travar a construção, que vai afetar com níveis de ruído acima da lei cerca de 35 mil pessoas.

SEGURANÇA

Há risco de colisão de aves com os aviões - uma questão que tem sido desdramatizada, mas também pouco estudada. A pista é curta. culmina no Tejo e só poderá ser usada por aviões de curto e médio curso. O pavimento não terá resistência para aviões de longo curso e tem um comprimento limitado: 2.400 metros.


PRAZO DE VIDA

Será um aeroporto com um tempo de vida curto. Estará saturado em meados da década de 2030, defendem especialistas. A maioria das companhias aéreas não querem voar para lá - a TAP já assegurou que não o fará.