A decisão de abandonar a Força Aérea Portuguesa foi tomada por João Pedro Vasconcelos, dermatologista de 41 anos, no dia em que recebeu um telefonema a dizer que teria de se apresentar imediatamente para ajudar a preparar o plano de contingência para a greve dos camionistas, em julho de 2019. No ano anterior, participara num exercício militar anual, o Exercício Lusitano — que prevê a integração, no ano seguinte, na Força de Reação Imediata — e o telefonema foi feito nesse contexto. “Nesse dia, decidi assinar os papéis para sair. Não podia estar com a agenda cheia de doentes na sala de espera, e largar tudo para ir ajudar a planear essa greve”, explica em entrevista ao Expresso.
Tal como João Pedro Vasconcelos, muitos outros médicos militares abandonaram as Forças Armadas nos últimos anos, ao ponto de se utilizar a expressão “sangria de médicos” para descrever o movimento de saída. Saem por várias razões: pela sobrecarga de trabalho, por alegarem que não é cumprida a lei que prevê vencimentos equivalentes aos civis, por ser “pouco apelativo e demasiado burocrático”, e pela falta de perspetivas de progressão na carreira como médicos.
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