Se há termo que pode ser usado para caracterizar o início deste século, mudança seria uma escolha óbvia. Nas últimas décadas e por causa da inovação tecnológica, da globalização e da digitalização, assistimos a transformações profundas nas mais variadas áreas. Dos instrumentos de trabalho à forma de fazer política; da maneira como comunicamos, viajamos e socializamos até como nos entretemos e recolhemos a informação; da mobilidade às preocupações que entraram para a agenda das sociedades mais desenvolvidas, como o ambiente e a sustentabilidade. Mas há um espaço, curiosamente aquele onde o conhecimento é produzido e transmitido, onde as mudanças acontecem de forma lenta e muito gradual e onde o essencial da sua estrutura se tem mantido nos últimos séculos: a Escola, com as suas turmas fixas, currículos estanques, níveis de ensino, manuais escolares e testes escritos.
“O sistema de ensino, em geral, e a universidade, em particular, são muito conservadores e estão relativamente isolados dos choques tecnológicos. As carreiras académicas são longas e estáveis. Existe pouca pressão para o professor mudar. E, por outro lado, o método tradicional de ensino continua a funcionar (embora em alguns casos não tão bem como se desejaria), o que permite uma relativa estabilidade”, explica Arlindo Oliveira, professor universitário e presidente do Instituto Superior Técnico até ao final do ano passado. E é por isso que perduram métodos e matérias, resultando num “dinamismo relativamente baixo do sistema de ensino quando comparado com outras áreas de atividade”.
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