Sociedade

Avaria nas estações hidrométricas impede controlo de água que vem de Espanha

Há estações de monitorização que não estão a funcionar, sobretudo no Tejo

A água da albufeira de Cedillo baixou mais de 10 metros de um dia para o outro em meados de setembro. Os pescadores portugueses não foram avisados e não conseguem aceder aos barcos, devido à inclinação xistosa das margens
José Fernandes

Expresso

Num momento em que o Governo se prepara para exigir caudais mínimos diário a Espanha, Portugal não está a conseguir avaliar a quantidade e a qualidade dos mesmos. Segundo o “Jornal de Notícias” esta terça-feira, há estações de monitorização que nem sequer estão a funcionar, sobretudo no Tejo.

“Muitas estações hidrométricas, que medem os caudais, não estão a funcionar na bacia do Tejo. Na qualidade é ainda pior, porque são estações mais sofisticadas, que também não funcionam ou não medem tudo o que deviam medir”, diz Susana Neto, presidente da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH), em declarações ao jornal.

Numa conferência da APRH, organizada no final da semana passada, a investigadora do Instituto Superior Técnico Maria Manuela Portela demonstrou que a maioria das 29 estações hidrométricas ao longo do Tejo não tinham registo.

De acordo com Susana Neto, “o sistema de monitorização não é fiável e não permite monitorizar os caudais do lado de cá [português]”.

“O que é que vamos dizer aos espanhóis? Há aqui um grande embrulho. Não é insolúvel, mas exige investimentos, que deixaram de ser feitos aquando do período de austeridade”, disse a responsável da APRH.