Sociedade

Motoristas. Há mais uma associação patronal que quer entrar no acordo

FECTRANS voltou esta sexta-feira ao Ministério das Infraestruturas para mais uma reunião: "A ANTP também quer sentar-se à mesa das negociações"

Mário Cruz

A FECTRANS - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações voltou esta sexta-feira ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação para um encontro com mais uma associação patronal que "também quer sentar-se à mesa de negociações" para a revisão do Contrato Coletivo de Trabalho dos motoristas, disse ao Expresso Paulo Machado da estrutura sindical afeta à CGTP.

Depois do memorando de entendimento para a revisão do atual Contrato Coletivo de Trabalho assinado com a ANTRAM - Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias e da marcação da nova ronda negocial para 9 de setembro, a FECTRANS foi de novo chamada ao ministério, a pedido da ANTP - Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas, com menor representatividade em termos empresariais, mas também interessada em juntar-se ao acordo já alcançado para o sector.

A ANTP não assinou o Contrato Coletivo de Trabalho atualmente em vigor, mas ficou abrangida pela portaria de extensão" e agora "esta interessada em participar nas negociações do acordo que já está praticamente firmado", explica Paulo Machado.

"O que for pela unidade do sector é bem vindo"

Por se tratar de uma estrutura empresarial e não sindical, a FECTRANS limitou-se a comentar que "o que for pela unidade do sector é bem vindo", mas remeteu a decisão para a ANTRAM. Pede, no entanto, que o calendário já aprovado para finalizar o acordo seja mantido, de forma a tudo fique fechado até ao fim de setembro.

Quanto ao impacto do acordo conseguido com a ANTRAM nos salários dos motoristas, Paulo Machado confirma que juntando o aumento do salário base, o aumento dos diferentes complementos e o novo subsídio de 55 euros para os motoristas que têm de fazer cargas e descargas em situações específicas, como quando conduzem camiões cisterna ou camiões de transporte de automóveis, há subidas superiores a 200 euros/mês em 2020. Para um motorista a trabalhar em território nacional, sem diuturnidades, o aumento â massa salarial de 1004,06 euros é de 140 euros.

Quinta-feira, o SIMM - Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias também deu um passo no sentido da união do sector e aceitou desconvocar a greve."Algumas das nossas propostas que enviámos em fevereiro, vemos que já foram tratadas neste acordo que foi apresentadas. Temos que nos congratular por isso. Faltam outros temas, que têm a ver com as cargas e descargas, o tempo de trabalho", comentou na altura Anacleto Rodrigues, representante deste sindicato que no ano passado recusou ficar abrangido pela portaria de extensão do Contrato Coletivo de Trabalho assinado pela FECTRANS E ANTRAM por considerar que era "um presente envenenado".