Sociedade

Greve dos motoristas. 400 militares vão conduzir camiões com matérias perigosas

Medida foi já acertada com as empresas de transporte de matérias perigosas. GNR e PSP vão ter formação para o transporte de substâncias perigosas

RUI MINDERICO

Se a greve dos motoristas de transportes de pesados avançar no próximo dia 12 há já um conjunto de medidas preparado para amenizar os efeitos da paralisação. O Expresso sabe que haverá trinta militares escalonados por empresa de transporte de matérias perigosas para realizarem os serviços mínimos. Ou seja, serão cerca de 400 para o total dessa missão.

O papel dos militares que serão requisitados não se limitará no entanto ao cumprimento desses serviços indispensáveis para que o transporte de pesados seja cumprido durante a paralisação. "Os militares irão não só conduzir os camiões mas também permitir a segurança dos veículos", adianta uma fonte do processo.

De acordo com o ECO, a rede de 56 postos de combustível exclusiva para veículos prioritários (ambulâncias, carros de bombeiros ou forças de segurança) só está preparada para fornecer combustível no limite a seis mil viaturas com essas características.

Além desta rede existe uma outra com 326 bombas, onde a população pode abastecer os carros até um máximo de 15 litros de combustível.

GNR e PSP a conduzir camiões

O mesmo jornal revela que o Governo está já a dar formação a motoristas do Estado para operarem viaturas de transporte de matérias perigosas. Foi mesmo efetuado um simulacro esta terça-feira para testar os corredores de emergência para o transporte deste tipo de veículos, que serão afetados durante a greve.

Os militares da GNR e os agentes da PSP que têm carta de pesados começam esta quarta-feira a receber formação para a condução de camiões com cargas perigosas, avançou por sua vez o "Correio da Manhã".

De acordo com o jornal, os vários comandos da PSP indicaram dois a três agentes para aquela missão. E pelo menos um desses cursos decorrerá na Base Aérea de Ovar.

Eduardo Cabrita, o ministro da Administração Interna, revelou, esta terça-feira, que “há reservas de combustível acumuladas para mais de dois meses” e que está a ser preparado o planeamento para salvaguardar o abastecimento no caso da paralisação avançar.

O Executivo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, e sobre se incluem trabalho suplementar e as operações de cargas e descargas.