Sociedade

ANTRAM acusa sindicato dos motoristas de estar a representar uma farsa

Patrões reagem à entrevista de vice-presidente do sindicato ao Expresso e afirmam que o que os motoristas querem "é ir para a greve sem olhar aos portugueses e ao país"

CARLOS BARROSO/LUSA

André Almeida, porta-voz da ANTRAM (Associação Nacional dos Transportes públicos Rodoviários de Mercadorias) acredita que o Sindicato de Matérias Perigosas só está interessado em enganar os portugueses e não tem qualquer intenção de evitar a greve.

"Percebendo que existe um sentimento generalizado da população portuguesa contra esta greve por a mesma reclamar em 2019 aumentos para 2021 e 2022, o Sindicato veio, de forma ardilosa e disfarçada, tentar enganar a ANTRAM e os portugueses", diz em comunicado enviado ao Expresso o representante da Associação de Transportes.

"Fala em aumentos de €50/ano, mas na verdade o que propõem é um aumento de €100 em 2021 ( ao contrário do que foi assinado no protocolo de 17 de Maio que indexa esses aumentos ao salário mínimo nacional) e uma redução desse valor para metade no ano seguinte." O que o advogado afirma é que o sindicato não propõe mais do que três anos seguidos de aumentos de €50.

"Isso significa aumentos de mais do dobro do que tem sido a média da subida do salário mínimo nacional", frisa André Almeida. "A proposta é uma farsa e não é suportável pelas empresas de transportes de materiais perigosos, que estão no seu limite", diz.

"Os empregadores não irão proceder a despedimentos para aumentar ainda mais o salário dos trabalhadores de matérias perigosas quando o que está em causa é já o maior aumento desde o 25 Abril em contrato coletivo trabalho."

Feitas as contas, diz o porta-voz da ANTRAM, "o Sindicato vem propor uma redução de €50 para garantir €150". Ou seja, explica, "ao invés dos 200 de aumento que reclamavam e que era contrário ao protocolo de 2017 ( que previa aumentos para 2021 e 222 indexados ao salário mínimo nacional) vêm agora propor mais €150 de aumento."

Além disso, considera ainda a ANTRAM, os trabalhadores não aceitam levantar o pré-aviso de greve, "mantendo esta chantagem e pressão inaceitáveis, com a qual a associação não está disponível para negociar. "

"É pois uma tentativa frustrada de tentar lavar a cara perante a população portuguesa quando na verdade o que este sindicato quer – como aliás sempre quis – é ir para a greve sem olhar aos portugueses e ao país", concluem os patrões.