Sociedade

Polícias com câmaras de filmar. MAI prestes a dar luz verde ao projeto

PSP tinha apresentado o projeto em julho do ano passado ao Ministério da Administração Interna. O objetivo é ter agentes com câmaras de filmar durante as ações policias como acontece em países como o Reino Unido e os EUA. Caso ganha relevância com os incidentes no Bairro da Jamaica no último domingo

Esquadra da PSP da Bela Vista, em Setúbal, foi alvo de três cocktails Molotov na madrugada desta terça-feira
REUTERS/ Rafael Marchante

O Ministério da Administração Interna (MAI) revela ao Expresso que o projeto para o uso das chamadas 'bodycam' por parte de agentes da PSP em ações policiais está prestes a ser concluído. "A proposta de lei de alteração ao regime jurídico que regula a utilização de sistemas de videovigilância pelas forças de segurança está em fase de conclusão no Ministério da Administração Interna", revela o gabinete de Eduardo Cabrita.

A medida faz parte de uma lei de 2005 que regula a utilização de câmaras de vídeo pelas forças e serviços de segurança em locais públicos de utilização comum.

Ainda de acordo com o MAI, estas alterações já integram a proposta da PSP relativa ao uso das designadas bodycam por parte dos efetivos das forças de segurança, cuja utilização é também objeto de regulamentação.

Em julho de 2017, a PSP enviou ao MAI um projeto para o uso das 'bodycams' (pequenas câmaras de filmar colocadas nos uniformes dos agentes), inspirado no modelo da polícia da Reino Unido.

O Expresso sabe que existe mesmo uma multinacional na área da tecnologia que fez uma proposta concreta à PSP. A referida empresa trabalha já com a polícia escocesa que utiliza 'bodycams' e 'carcams' (câmaras colocadas nos carros patrulhas).

Para a polícia, são muitas as vantagem em usar estas câmaras em ações policiais, permitindo por exemplos que estas fiquem registadas na sua totalidade, contando como se passou de facto toda a operação. "Os agentes não ficam reféns de imagens filmadas por telemóveis, como as do Bairro da Jamaica, que contam são uma parte do que se passou, normalmente na versão de quem é detido pela polícia", confidencia uma fonte policial.

A Comissão Nacional de Protecção De Dados será ouvida no âmbito do processo legislativo, garante ainda o MAI.