Exclusivo

Design

Não tem nome em português, mas não passamos sem ele: cada vide-poche é um mundo

Ninguém inventou este utensílio, nem nenhum designer viveu preocupado com a função quotidiana que ele desempenha. Se alguém o criou teremos sido nós, os utilizadores, que ao sabor da necessidade fomos experimentando vários objectos contentores, como taças pequenas, pratos ou tabuleiros com rebordo alto, cinzeiros, ou mesmo centros de mesa ou caixas sem tampa, para nos resolver esta questão tão prosaica: esvaziar os bolsos

Vide-poche do Studio Henry Wilson, fundado em 2012, desenhado e produzido em Sydney

Tenho o hábito, e não serei a única, de chegar a casa e tirar tudo o que tenho nos bolsos para dentro de um recipiente contentor. Uso mala, com certeza, mas nem sempre. Bolsos, esses sim, não passo sem eles. Esse hábito, que acaba por ser um ritual, salva-me horas de desespero à procura das chaves e dos óculos ou de coisas afins quando saio de novo. Ajuda-me também a dar um primeiro destino às coisas várias e pequenas, às vezes cheias de significados, como um bilhete de cinema ou uma flor minúscula, que transporto durante momentos, e também a colocar num primeiro local o eterno telemóvel. O objecto que uso é o mesmo desde há alguns anos e está sempre no mesmo sítio, não vá o diabo tecê-las. Tem uma particularidade importante este meu objecto, é desenhado por um amigo, um designer português, e é feito em cortiça, que absorve o som da queda de cada coisa que lanço sobre ele.