MUNIQUE
No ir e vir deste verão português, o fogo foi lavrando de novo nas serras e nas narrativas. Diz-se que os incêndios lavram, talvez por hábito e mimetismo. E talvez também para que os nossos ouvidos e céus da boca possam desentorpecer-se, a ginasticar esse verbo tão fora de moda. Numa retórica de hipermercado que vai enublando as paisagens mentais, a cada jovem cumpre ser emergente. E evitar mais tarde o aleitamento em horas úteis, esse abuso. Melhor que lavrar será partir, concordam as famílias menos abonadas que vão pagando impostos por cá.