Segundo a mitologia grega, Cronos e Kairós significam dois tempos distintos. Reza a lenda que o deus Cronos se casou com a irmã Reia, com a qual teve seis filhos. Temendo que o poder lhe fosse retirado por estes, engolia-os assim que nasciam — tal como devorava o tempo. É o senhor do tempo cronológico, implacável e efémero, o carrasco que comanda e controla a sua passagem desde o nascimento até à morte. Apenas um dos filhos, Zeus, consegue fugir a esse destino e, já crescido, dá ao pai uma poção que faz com que ele vomite, e liberte, os restantes, tornando-os a todos imortais. Kairós é um dos filhos de Zeus, ágil e belo, representando um tempo que não pertence a Cronos, pois não pode ser cronometrado nem previsto. É o tempo para si, sem horário, o tempo da fruição. Enquanto Cronos nos remete para o tempo cronológico, a quantidade de tempo disponível, Kairós mostra-nos a qualidade do tempo vivido.
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Que prazer tiramos do lazer?
Direcionadas para a ‘obrigatoriedade’ da ocupação do tempo, as sociedades ocidentais transformaram os lazeres em produtos de mercado. A satisfação com a quantidade do tempo de lazer na União Europeia varia consoante os países, com a Finlândia e a Grécia nos extremos. O que dizem os portugueses?